História da Festa do Divino Espírito Santo e Sant'Ana
A Festa do Divino Espírito Santo e Sant’Ana na comunidade de Mirim é hoje presença marcante no calendário religioso e cultural no município. Vem merecendo a atenção especial de pessoas interessadas na tradição de seu povo. Sendo a Vila de Mirim, antiga Freguesia de Sant’Ana de Merim, incluída numa das mais antigas de Santa Catarina, destacando-se em importância na história de nosso Estado, representada também pelo seu povo uma antiga comunidade de Fé. Mirim, comunidade secular, desde seus primórdios, deixa que aconteça dentro da sua tradição, o passado histórico às suas origens luso-açorianas. A exemplo de outras áreas de colonização açoriana, da mesma forma que Vila Nova e Sambaqui, em Mirim impera a tradição da Festa do Divino Espírito Santo e da Padroeira Sant’Ana. Segundo informações de pessoas tradicionais desta comunidade, esta festa vem desde a época em que Mirim foi elevada à categoria de Paróquia, em 28 de abril de 1856. Os preparativos para os festejos iniciam com a saída da Bandeira para o peditório, percorrendo várias comunidades, acompanhada dos foliões. Terminado o peditório, o cortejo retorna à comunidade para dar início à semana da festa. As novenas iniciam com a chegada da Bandeira, na Igreja. Segundo a tradição, sábado e domingo da festa é apresentado a Corte Imperial. Sábado, véspera da festa, a bandeira acompanhada da banda musical vai até a casa do casal primeiro festeiro buscar a corte imperial, pois é costume os imperiais se arrumarem na casa do coordenador da festa. Após o encontro da Corte Imperial com a imagem de Sant’Ana, que está à espera na casa de devotos, seguem todos em direção à lagoa onde acontece a queima de fogos. O cortejo em procissão segue até a Igreja e, é recebido com fogos e o tradicional repicar dos sinos. Em seguida dá-se início a novena e após a celebração religiosa, a bandeira encaminha a corte imperial acompanhada da banda musical, até a casa do casal festeiro. Domingo, dia da festa, todo o cortejo segue novamente à Igreja onde todos participam da Missa Festiva, quando acontece a coroação do imperador ao som do Hino Nacional Brasileiro, entoado pela banda musical. Encerrada a Santa Missa, o cortejo é conduzido para o Império, retornando a seguir à casa do festeiro. As festividades religiosas encerram com a procissão e novena no final da tarde, onde o casal primeiro festeiro, do ano seguinte recebe a Coroa do Divino, assumindo o compromisso da próxima festa. A parte social das festividades acontece no salão paroquial com quermesses, danças e outras atrações, tendo como finalidade arrecadar fundos para a ajuda de custo da igreja. A tradição da Festa do Divino Espírito Santo e Sant’Ana de Mirim continua acontecer fora do período (novembro) e tal atitude foi tomada devido o período da farinhada, pois o meio de sobrevivência da maioria das pessoas que integravam a comunidade era da roça e da lagoa e com o pouco que sobrava, ajudavam a igreja. Tudo com Humildade, Louvação e Devoção.